11/05/2010

" Tudo e Nada "


Cantei o amor, o sol que acalentou

as ilusões da minha mocidade.

E não tive ambições nem a vaidade

de me julgar aquilo que não sou.



Cantar foi um prazer, uma ansiedade

de enaltecer o amor que nos juntou.

Mas veio a noite; e o sol que me encantou

escondeu-se nas sombras da saudade.

Alongo o olhar. A cerração é densa.

Não vejo nada. A voz ficou suspensa,

bem sei que para sempre me perdi.


Resta-me apenas o prazer profundo

de não ter sido nada para o mundo,

mas de ter sido tudo para ti.
***
Francisco Espínola de Mendonça

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