28/02/2010

" Chegas..."

" Chegas..."

Chegas, e de repente eu me pergunto
como pude ser poeta antes de ti,
antes de nossas horas encandeadas...
Como pude escrever coisas que agora
me parecem belezas mutiladas...
Chegas, e de repente me surpreendo
de que ainda haja surpresas para o amor,
marcado como estou da cicatrizes...
Eu que escrevera um dia amargurado:
"agora, em meu caminho, só reprises"...
Chegas, e eu adolesço de alma e corpo
e de repente, num verão que abrasa
como nunca pensara nem supus,
sou todo novos ramos, verdes ramos,
sou todo sol numa eclosão de luz...
E nesta ânsia de amor que me sufoca
que te sufoca como uma onda, e cresce,
e invade tudo, e é o tema de meu canto,
só um desespero surdo me consome:
é perceber quanto perdemos, quanto...
E me deixar a imaginar a vida
que não viveste, mas que te manchou
com a lembrança de inúteis pensamentos,
esta vida afinal que eu nem sabia
e agora solto como um lastro aos ventos...
Jogo aos ventos, enquanto ascendo, e vejo
em teus olhos um mundo de ninguém
e uma paisagem que ainda está sozinha...
Oh! meu amor, tudo é começo e é novo
agora que sou teu e te sei minha....
Um mundo de que nunca suspeitara...
e eu que falava em mundo antes de ti,
como se antes de ti pudesse ser...
E eu que falava em vida antes de amar-te,
e eu que falei de amor, sem nada ter...
Chegas. E de repente me pergunto
que amor é esse que existiu sem ti?
Que flores? Se não houve primavera...
Ah! nascemos agora, um para o outro,
e antes, não fomos mais que vã espera...
Antes, não fomos mais que espera vã...
E agora que existimos neste amor,
penso, que se afinal não te encontrasse,
o amor teria sido uma palavra,
uma palavra inconseqüente e fútil,
nada mais, nada mais que uma palavra;
e outra palavra a vida, e só palavras
todo o meu canto... e esse caminho inútil...

( Poema de JG de Araujo Jorge
do livro"A Sós..." 1a ed. 1958 )

27/02/2010

Chuva

A chuva fina molha a paisagem lá fora.

O dia está cinzento e longo... Um longo dia!

Tem-se a vaga impressão de que o dia demora...

E a chuva fina continua, fina e fria,

Continua a cair pela tarde, lá fora.



Da saleta fechada em que estamos os dois,

Vê-se, pela vidraça, a paisagem cinzenta:

A chuva fina continua, fina e lenta...

E nós dois em silêncio, um silêncio que aumenta

se um de nós vai falar e recua depois.



Dentro de nós existe uma tarde mais fria...

Ah! Para que falar? Como é suave, branda,

O tormento de adivinhar - quem o faria? -

As palavras que estão dentro de nós chorando...




Somos como os rosais que, sob a chuva fria,

Estão lá fora no jardim se desfolhando.

Chove dentro de nós... Chove melancolia...
***
Ribeiro Couto

26/02/2010

Canção

Viver não dói. O que dói



é a vida que não se vive.


Tanto mais bela sonhada,


quanto mais triste perdida.






Viver não dói. O que dói


é o tempo, essa força onírica


em que se criam os mitos


que o próprio tempo devora.






Viver não dói. O que dói


é essa estranha lucidez,


misto de fome e de sede


com que tudo devoramos.






Viver não dói. O que dói


ferindo fundo, ferindo,


é a distância infinita


entre a vida que se pensa


e o pensamento vivido.






que tudo mais é perdido.



Emílio Guimarães Moura

25/02/2010

Hoje

"Hoje estou melancólica e suspirosa, como minha mãe, choveu muito,a água invadiu este porão de lembranças, bóiam na enxurrada a caminho do rio. Deixo que naveguem, pois não as perderei. O rio é dentro de mim".

24/02/2010

Dirty Dancing - Ritmo Quente (1987)

Frances Houseman (Jennifer Grey), conhecida como Baby, está passando férias com a família num resort nos Catskills. Um dia ela descobre onde os funcionários do hotel se divertem e dançam, e acaba se apaixonando por Johnny Castle (Patrick Swaize, falecido em 2009), o instrutor de dança. Quando a parceira de dança de Johnny fica grávida, ao se envolver com um dos garçons, a parceira de Johnny pede para Baby dançar em seu lugar. Mas o pai de Baby, Jake (Jerry Orbach) quando descobre, não aprova, pois considera que Johnny irresponsável, pois tem para si que Johnny engravidou sua parceira e lhe pediu que fizesse um aborto.
A canção She's Like the Wind, que recebeu diversos prêmios, é cantada pelo próprio Patrick Swayze e foi co-escrita por ele.



Trilha sonora original



(I've Had) The Time of my Life - Bill Medley and Jennifer Warnes


Be My Baby - The Ronettes


She's Like the Wind - Patrick Swayze Feat. Wendy Fraser


Hungry Eyes - Eric Carmen


Stay - Maurice Williams and The Zodiacs


Yes - Merry Clayton


You Don't Own Me - The Blow Monkeys


Hey Baby - Bruce Channel


Overload - Zappacosta


Love Is Strange - Mickey and Sylvia


Where Are You Tonight - Tom Johnston


In The Still of the Night - The Five Satins


[editar] Principais prêmios e indicações



Oscar 1987 (EUA)






Venceu na categoria de melhor canção original ((I've Had) The Time of My Life).


Globo de Ouro 1981 (EUA)






Venceu na categoria de melhor canção original ((I've Had) The Time of My Life).


Indicado nas categorias de melhor melhor filme - comédia / musical, melhor Ator de cinema - comédia / musical (Patrick Swayze) e melhor Atriz de cinema - comédia / musical (Jennifer Grey).


Prêmio Grammy 1988 (EUA)






Indicado na categoria de melhor canção escrita especialmente para cinema ou televisão ((I've Had) The Time of My Life).


Independent Spirit Awards 1988 (EUA)






Venceu na categoria de melhor filme.


http://www.youtube.com/watch?v=WpmILPAcRQo&feature=related



http://www.youtube.com/watch?v=L2qnu-E6XDU&feature=related

Minha nota: ****





23/02/2010

Mãos


Vês estas mãos?
Mediram a terra, separaram os minerais e os cereais,
fizeram a paz e a guerra, derrubaram as distâncias
de todos os mares e rios,
e, no entanto, quando te percorrem a ti,
pequena, grão de trigo, andorinha, não chegam para abarcar-te,
esforçadas alcançam as palomas gêmeas
que repousam ou voam no teu peito,
percorrem as distâncias de tuas pernas,
enrolam-se na luz da tua cintura.
Para mim és tesouro mais intenso de imensidão
que o mar e seus racimos
e és branca, és azul e extensa como a terra na vindima.
Nesse território, de teus pés à tua fronte,
andando, andando, andando, eu passarei a vida.
***
Pablo Neruda
Obra: Cândido Portinari

22/02/2010

Anna e o Rei (Anna and the King, 1999) / Tiras de filé com gengibre

O ano é 1860, e a vúva inglesa Anna Leonowens (Jodie Foster) viaja com o filho pequeno, Louis (Tom Felton), até o Sião para ser tutora dos 58 filhos do Rei Mongkut (Chow Yun-Fat). Divergências, choque de culturas e até o início de um romance marcam o relacionamento entre Anna, uma mulher muito feminina, forte e teimosa, e Mongkut.
A atriz chinesa Bai Ling (Justiça Vermelha) interpreta Tuptim, uma das concubinas do rei ,que abdica de sua posição real para lutar por seu verdadeiro amor, pagando com a vida pelo que era considerado "alta traição".
Baseado em fatos reais, dirigido por Andy Tennant, é uma refilmagem de Ana e o Rei do Sião (1946, com Irene Dunne e Rex Harrison) e O Rei e Eu (1956), este último com Deborah Kerr e Yul Brinner (Oscar de melhor ator). Recebeu duas indicações para o Oscar: Melhor Figurino e Melhor Direção de Arte.
Site Oficial: www.annaandtheking.com
Minha nota: ****













Mal de Amor

Toda pena de amor, por mais que doa,
No próprio amor encontra recompensa.
As lágrimas que causa a indiferença
Seca-as depressa uma palavra boa.
.
A mão que fere, o ferro que agrilhoa,
Obstáculos não são que Amor não vença,
Amor transforma em luz a treva densa;
Por um sorriso Amor tudo perdoa.
.
Ai de quem muito amar não sendo amado,
E depois de sofrer tanta amargura,
Pela mão que o feriu não for curado...
.
Noutra parte há de em vão buscar ventura:
Fica-lhe o coração despedaçado,
Que o mal de Amor só nesse Amor tem cura.
***
Anna Amélia Queiroz Carneiro de Mendonça

21/02/2010

Um sabiá cantou.
Longe, dançou o arvoredo.
Choveram saudades.
***
Helena Kolody

20/02/2010

Poema Cinzento


Eu hoje estou cinzento...


Este dia de chuva está da cor

do meu pens amento,

solidário com essa tristeza,

no coração

como profunda raiz...


Me sinto como este dia de chuva

que com s eus olhos molhados

vem me olhar...

Este dia de chuva está chorando,

no céu,

nas coisas,

no ar...


E porque choram árvores, vidraças, fio,

tudo...


Já não preciso chorar...

.

J. G. de Araújo Jorge

Fotos: Liz Guides

19/02/2010

Amor é...

Amor é privilégio de maduros
estendidos na mais estreita cama,
que se torna a mais larga e mais relvosa,
roçando, em cada poro, o céu do corpo.
.
É isto, amor: o ganho não previsto,
o prêmio subterrâneo e coruscante,
leitura de relâmpago cifrado,
que, decifrado, nada mais existe
.
valendo a pena e o preço do terrestres,
salvo o minuto de ouro no relógio
minúsculo, vibrando no crepúsculo.
.
Amor é o que se aprende no limite,
depois de se arquivar toda a ciência
herdada, ouvida. Amor começa tarde.
.
Carlos Drummond de Andrade


18/02/2010

Soneto do amor total

Amo-te tanto meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.
Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
***
Vinicius de Moraes

17/02/2010

Talvez


Talvez não ser,

é ser sem que tu sejas,

sem que vás cortando

o meio-dia com uma

flor azul,

sem que caminhes mais tarde

pela névoa e pelos tijolos,

sem essa luz que levas na mão

que, talvez, outros não verão dourada,

que talvez ninguém

soube que crescia

como a origem vermelha da rosa,

sem que sejas, enfim,

sem que viesses brusca, incitante

conhecer a minha vida,

rajada de roseira,

trigo do vento.


E desde então, sou porque tu és

e desde então és,

sou e somos...

E por amor

serei.. serás... seremos...

***

Pablo Neruda
Créditos da imagem:



16/02/2010

Ranking - Filme - Ano - Nota
(Fonte: http://melhoresfilmes.com.br/)


1º Cidadão Kane (Orson Welles) 1941 9,5

2º A Regra do Jogo (Jean Renoir) 1939 9,5

3º Um Corpo Que Cai (Alfred Hitchcock) 1958 9,5
http://cinemacafeepoesia.blogspot.com/search/label/Um%20corpo%20que%20cai

4º 8 ½ (Federico Fellini) 1963 9,5

5º 2001, uma Odisséia no Espaço (Stanley Kubrick) 1968 9,5

6º O Poderoso Chefão 2 (Francis Ford Coppola) 1974 9,5

7º O Encouraçado Potekim (Sergei Eisenstein) 1925 9,5

8º Cantando na Chuva (Stanley Donen) 1952 9,5
http://cinemacafeepoesia.blogspot.com/search/label/cantando%20na%20chuva


9º O Poderoso Chefão (Francis Ford Coppola) 1972 9,5

10º Era Uma Vez em Tóquio (Yasujiro Ozu) 1953 9,5

11º Os Sete Samurais (Akira Kurosawa) 1954 9,5

12º Rastros de Ódio (John Ford) 1956 9,4

13º A Aventura (Michelangelo Antonioni) 1960 9,4

14º Ladrões de Bicicletas (Vittorio De Sica) 1948 9,4

15º A Paixão de Joana D'Arc (Carl Theodor Dreyer) 1928 9,4

16º Lawrence da Arábia (David Lean) 1962 9,4

17º O Touro Indomável (Martin Scorsese) 1980 9,4

18º Acossado (Jean-Luc Godard) 1960 9,4

19º A Doce Vida (Federico Fellini) 1960 9,4

20º O Atalante (Jean Vigo) 1934 9,4

21º Quanto Mais Quente Melhor (Billy Wilder) 1959 9,4

22º Luzes da Cidade (Charles Chaplin) 1931 9,4

23º Aurora (F.W. Murnau) 1927 9,4

24º Psicose (Alfred Hitchcock) 1960 9,4

25º Rashomon (Akira Kurosawa) 1951 9,4

26º Dr. Fantástico (Stanley Kubrick) 1964 9,4

27º Casablanca (Michael Curtiz) 1942 9,4
http://cinemacafeepoesia.blogspot.com/search/label/Casablanca

28º A General (Buster Keaton) 1927 9,4

29º Crepúsculo dos Deuses (Billy Wilder) 1950 9,4

30º Uma Mulher para Dois (François Truffaut) 1962 9,4

31º Fanny & Alexander (Ingmar Bergman) 1982 9,4

32º Taxi Driver (Martin Scorsese) 1976 9,4

33º Contos da Lua Vaga (Kenji Mizoguchi) 1953 9,4

34º Pacto de Sangue (Billy Wilder) 1944 9,4

35º A Marca da Maldade (Orson Welles) 1958 9,4

36º Sindicato de Ladrões (Elia Kazan) 1954 9,4

37º A Canção da Estrada (Satyajit Ray) 1955 9,4

38º Chinatown (Roman Polanski) 1974 9,4

39º Morangos Silvestres (Ingmar Bergman) 1957 9,4

40º A Grande Ilusão (Jean Renoir) 1937 9,4

41º O Boulevard do Crime (Marcel Carné) 1945 9,4

42º Ivan, o Terrível - Parte I (Sergei Eisenstein) 1944 9,4

43º Apocalypse Now (Francis Ford Coppola) 1979 9,4

44º Ouro e Maldição (Erich von Stroheim) 1924 9,4

45º A Grande Testemunha (Robert Bresson) 1966 9,4

46º O Sétimo Selo (Ingmar Bergman) 1957 9,4

47º Intriga Internacional (Alfred Hitchcock) 1959 9,4

48º O Terceiro Homem (Carol Reed) 1949 9,4

49º Em Busca do Ouro (Charles Chaplin) 1925 9,4

50º O Tesouro de Sierra Madre (John Huston) 1948 9,4

51º Soberba (Orson Welles) 1942 9,4

52º O Desprezo (Jean-Luc Godard) 1963 9,4

53º Metrópolis (Fritz Lang) 1927 9,4

54º A Lista de Schindler (Steven Spielberg) 1993 9,4
http://cinemacafeepoesia.blogspot.com/search/label/A%20lista%20de%20Schindler


55º A Palavra (Carl Theodor Dreyer) 1955 9,4

56º Matar ou Morrer (Fred Zinnemann) 1952 9,4

57º Janela Indiscreta (Alfred Hitchcock) 1954 9,4
http://cinemacafeepoesia.blogspot.com/search/label/janela%20indiscreta

58º Os Incompreendidos (François Truffaut) 1959 9,4

59º Se Meu Apartamento Falasse (Billy Wilder) 1960 9,4

60º Guerra nas Estrelas: Episódio 4 - Uma Nova Esperança (George Lucas) 1977 9,4

61º M, o Vampiro de Dusseldorf (Fritz Lang) 1931 9,4

62º Um Estranho no Ninho (Milos Forman) 1975 9,4

63º O Conformista (Bernardo Bertolucci) 1970 9,4

64º Tempos Modernos (Charles Chaplin) 1936 9,4

65º Amarcord (Federico Fellini) 1974 9,4

66º A Malvada (Joseph L. Mankiewicz) 1950 9,4

67º A Estrada da Vida (Federico Fellini) 1954 9,4

68º Andrei Rublev (Andrei Tarkovsky) 1966 9,4

69º A Ponte do Rio Kwai (David Lean) 1957 9,4
http://cinemacafeepoesia.blogspot.com/search/label/A%20Ponte%20do%20Rio%20Kwai

70º Os Bons Companheiros (Martin Scorsese) 1990 9,4

71º A Felicidade Não Se Compra (Frank Capra) 1946 9,4
http://cinemacafeepoesia.blogspot.com/search/label/A%20Felicidade%20N%C3%A3o%20Se%20Compra


72º Persona (Ingmar Bergman) 1966 9,4

73º Tempo de Violência (Quentin Tarantino) 1994 9,4

74º O Intendente Sansho (Kenji Mizoguchi) 1954 9,4

75º Viridiana (Luis Buñuel) 1961 9,4

76º O Leopardo (Luchino Visconti) 1963 9,4

77º Amadeus (Milos Forman) 1984 9,4

78º A Batalha de Argel (Gillo Pontecorvo) 1966 9,4

79º Ran (Akira Kurosawa) 1985 9,4

80º Blade Runner, o Caçador de Andróides (Ridley Scott) 1982 9,4
http://cinemacafeepoesia.blogspot.com/search/label/Blade%20Runner


81º Desencanto (David Lean) 1946 9,4

82º Embriaguez do Sucesso (Alexander Mackendrick) 1957 9,4

83º Relíquia Macabra (John Huston) 1941 9,4

84º O Espelho (Andrei Tarkovsky) 1975 9,4

85º Napoleão (Abel Gance) 1927 9,4

86º O Mágico de Oz (Victor Fleming) 1939 9,4
http://cinemacafeepoesia.blogspot.com/search/label/O%20M%C3%A1gico%20de%20Oz

87º Onde Começa o Inferno (Howard Hawks) 1959 9,4

88º Laranja Mecânica (Stanley Kubrick) 1971 9,4

89º E o Vento Levou (Victor Fleming) 1939 9,4
http://cinemacafeepoesia.blogspot.com/search/label/...e%20o%20vento%20levou

90º Uma Aventura na África (John Huston) 1951 9,4

91º Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (Woody Allen) 1977 9,4

92º Meu Ódio Será Sua Herança (Sam Peckinpah) 1969 9,4

93º ET - O Extraterrestre (Steven Spielberg) 1982 9,4

94º Núpcias de Escândalo (George Cukor) 1940 9,4

95º As Oito Vítimas (Robert Hamer) 1949 9,4

96º Rocco e Seus Irmãos (Luchino Visconti) 1960 9,4

97º Aconteceu Naquela Noite (Frank Capra) 1934 9,4

98º Coronel Blimp - Vida e Morte (Michael Powell) 1943 9,4

99º O Mensageiro do Diabo (Charles Laughton) 1955 9,4

100º Levada da Breca (Howard Hawks) 1938 9,4

" Tarde "

" Tarde "





Hora roxa da tarde... hora em que a alma sente
uma vontade louca de fugir da gente...
..................................................................................................

É a hora em que a alegria e a saudade
andam juntas no céu de lado a lado...
- até pareço vê-las...



A saudade da luz que vai fugindo,
levando um dia lindo,
e a alegria da noite que ergue os braços negros
por traz dos montes que se vão minguando
pelo infinito, a mancheias jogando
um turbilhão de turbilhões de estrelas!



Hora de acolhimento e de vagas tristezas,
hora de retornar...
Ao arvoredo voltam pelos céus em bando,
felizes, os passarinhos;
voltam também, mas nem sempre felizes,
os homens para o lar...



Todos voltam. . . os homens como os pássaros,
a noite volta.. . o luar também não tarda,
Há de vir novamente. . .
Mas o dia partiu ... Mas a luz teve fim...



Hora rosa da tarde... E eu sinto que a minha alma
incompreendidamente
sente um desejo louco de fugir de mim !...






(J. G. de Araujo Jorge, extraído do livro



"Os Mais Belos Poemas Que O Amor Inspirou"



Vol. I - 1a edição 1965 )

15/02/2010

Soneto XIII


Um dia em minha vida tu surgiste

trazendo a luz do sol em teu olhar.

Sorriu-me a vida, porque me sorriste,

apagaste com risos meu pesar.

.


Eu, que vivera uma existência triste

e tinha os olhos gastos de chorar,

ia já ser feliz, quando partiste,

e para nunca, nunca mais voltar!

.


Foi-se contigo todo o meu prazer!

Ao deixar-me, levaste o que trouxeste:

toda a minha alegria de viver,

.


toda a felicidade que me deste.

Se eu tinha de tão cedo te perder,

por que tão tarde, ó meu amor, vieste?

***

Vicentina de Carvalho (1890/1955)

14/02/2010

Sonhar

Sonhar
******
Sonhar é transportar-se em asas de ouro e aço
Aos páramos azuis da luz e da harmonia;
É ambicionar o céu; é dominar o espaço,
Num vôo poderoso e audaz da fantasia.
.
Fugir ao mundo vil, tão vil que, sem cansaço,
Engana, e menospreza, e zomba, e calunia;
Encastelar-se, enfim, no deslumbrante paço
De um sonho puro e bom, de paz e de alegria.
.
É ver no lago um mar, nas nuvens um castelo,
Na luz de um pirilampo um sol pequeno e belo;
É alçar, constantemente, o olhar ao céu profundo.
.
Sonhar é ter um grande ideal na inglória lida:
Tão grande que não cabe inteiro nesta vida,
Tão puro que não vive em plagas deste mundo.
*
Helena Kolody

13/02/2010

Tempo de Paz (Brasil, 82 minutos)

Abril de 1945: os combates da 2º Guerra Mundial já cessavam na Europa, mas o Brasil ainda estava tecnicamente em guerra. O combate entre Segismundo (Tony Ramos), interrogador alfandegário e ex-torturador da polícia política de Getúlio Vargas, com o ex-ator polonês Clausewitz (Dan Stulbach), confundido com um nazista fugitivo,  desenrola-se na sala de imigração do porto do Rio de Janeiro. Tudo porque o fim da Guerra, por ironia do destino, é o que tira a paz de Segismundo. Ele teme a vingança de seus ex-prisioneiros, principalmente do médico Dr.Penna (Daniel Filho) que salvou sua irmã Clarissa (Louise Cardoso), torturado barbaramente por ele.
Agora chefe da imigração na Alfândega do Rio de Janeiro, Segismundo é quem decide quem entra ou não no país, sempre assessorado por Honório (Ailton Graça). Clausewitz terá que usar todo o seu talento de ator para provar que não é um seguidor de Hitler, lutando entre o desejo e a realidade. Direção de Daniel Filho.
Minha nota: *****

http://www.youtube.com/watch?v=mnR0C1ey0A8

12/02/2010

AMA-ME POR AMOR DO AMOR

AMA-ME POR AMOR DO AMOR
***
Ama-me, por amor do amor somente,
Não digas: Amo-a pelo seu olhar,
O seu sorriso, o modo de falar
Honesto e brando. Amo-a porque se sente
*
Minh'alma em comunhão constantemente
Com a sua". Por que pode mudar
Isso tudo, em si mesmo, ao perpassar
Do tempo, ou para ti unicamente.
*
Nem me ames pelo pranto que a bondade
De tuas mãos enxuga, pois se em mim
Secar, por teu conforto, esta vontade
*
De chorar, teu amor pode ter fim!
Ama-me por amor do amor, e assim
Me hás de querer por toda a eternidade.
***
Elizabeth Barrett Browning
Tradução: Manuel Bandeira
Quadro de Claude Monet

11/02/2010

O Violinista que veio do Mar (Ladies in Lavender, 2004, 113 min)


Úrsula (Judi Dench) e Janet (Maggie Smith) são duas idosas irmãs que vivem na pequena vila de Cornwell, norte da Inglaterra, nos anos 30, na iminência da guerra. Após uma tempestade violenta, elas encontram na praia um jovem ferido chamado Andrea (Daniel Brühl) e o levam para que o doutor local ajude a descobrir sua verdadeira identidade.
Ao lembrar-se que é um violonista polonês em busca de sucesso na América, Andrea fica indeciso ao deixar a cidade, quando se envolve com uma jovem artista russa, Olga Daniloff (Natasha McElhone). Ao mesmo tempo, as duas irmãs se apaixonam por ele.
É um encantador e sensível filme romântico sobre o tempo e o momento do amor, com roteiro adaptado do conto do consagrado escritor William J. Locke.
Minha nota para o filme: *****

A Inominável

A Inominável
***
Leve... - Pluma... Surdina... Aroma... Graça...
Qualquer coisa infinita... Amor... Pureza...
Cabelo em sombra, olhar ausente, passa
como a bruma que vai na aragem presa...
.
Silenciosa, imprecisa, etérea taça
em que adormece o luar... Delicadeza...
Não se diz... Não se exprime... Não se traça...
Fuído... Poesia... Névoa... Flor... Beleza...
.
Passa... - É um morrer de lírios... Olhos quase
fechados... Noite... Sono... O gesto é gaze
a estender-se, a alegrar-se... E enquanto vão
.
fugindo os passos teus, visão perdida,
chovem rosas e estrelas pela vida...
Silêncio! Divindade! Iniciação!
***
Cecília Meireles

10/02/2010

Nós


Eu e tu: a existência repartida

Por duas almas; duas almas numa

Só existência. Tu e eu: a vida

De duas vidas que uma só resuma.

.


Vida de dois, em cada um vivida,

Vida de um só vivida em dois; em suma:

A essência unida à essência, sem que alguma

Perca o ser una, sendo à outra unida.

.


Duplo egoísmo altruísta, a cujo enleio

No próprio coração cada qual sente

A chama que em si nutre o incêncio alheio.

.


Ó mistério do amor onipotente,

Que eternamente eu viva no teu seio,

E vivas no meu seio eternamente.


***

Silva Ramos
Quadro: Claude Monet

09/02/2010

Soneto III


Áspero amor, violeta coroada de espinhos...

Arbusto entre tantas paixões erguidas,

Lança das dores, coroa da ira,

Por quais caminhos e como te dirigiu a minha alma?

Por que precipitaste teu fogo doloroso,

Repentinamente, entre as folhas frias do meu caminho?

Quem te ensinou os passos que te levaram a mim?

Que flor, que pedra, que fumaça mostraram minha casa?

A verdade é que tremeu a noite apavorante,

A aurora encheu todas as taças com seu vinho

E o sol estabeleceu sua presença celeste,

Enquanto o amor cruel me cercava sem trégua,

Até que padecendo-me com espadas e espinhos,

Abriu meu coração um caminho ardente.

........................

Pablo Neruda

08/02/2010

Mousse de Ninho


Créditos: Malu Receitas, Editora Abril.

Amar



Amar

.
Que pode uma criatura senão,

entre criaturas, amar?

amar e esquecer,

amar e malamar, amar,

desamar, amar?

Sempre, e até de olhos vidrados, amar?

Que pode, pergunto, o ser amoroso,

sozinho, em rotação universal, senão

rodar também, e amar?

amar o que o mar traz à praia,

o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,

é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?

Amar solenemente as palmas do deserto,

o que é entrega ou adoração expectante,

e amar o inóspito, o áspero,

um vaso sem flor, um chão de ferro,

e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave

de rapina. Este o nosso destino: amor sem conta,

distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,

doação ilimitada a uma completa ingratidão,

e na concha vazia do amor a procura medrosa,

paciente, de mais e mais amor.

Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura

nossa

amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede

infinita.


Carlos Drummond de Andrade

Imagem: Tarde de Chuva - Liz Guides

07/02/2010

Como eu te amo

HOW DO I LOVE THEE? LET ME COUNT THE WAYS
Elizabeth Barrett Browning
How do I love thee? Let me count the ways.
I love thee to the depth and breadth and height
My soul can reach, when feeling out of sight
For the ends of Being and ideal Grace.
I love thee to the level of everyday's
Most quiet need, by sun and candle-light.
I love thee freely, as men strive for Right;
I love thee purely, as they turn from Praise.
I love thee with a passion put to use
In my old griefs, and with my childhood's faith.
I love thee with a love I seemed to lose
With my lost saints, --- I love thee with the breath,
Smiles, tears, of all my life! --- and, if God choose,
I shall but love thee better after death.
***
Amo-te quanto em largo, alto e profundo
Minh’alma alcança quando, transportada,
Sente, alongando os olhos deste mundo,
Os fins do Ser, a Graça entressonhada.
.
Amo-te em cada dia, hora e segundo:
À luz do sol, na noite sossegada.
E é tão pura a paixão de que me inundo
Quanto o pudor dos que não pedem nada.
.
Amo-te com o doer da velhas penas;
Com sorrisos, com lágrimas de prece,
E a fé da minha infância, ingênua e forte.
.
Amo-te até nas coisas mais pequenas.
Por toda a vida. E, assim Deus o quisesse,
Ainda mais te amarei depois da morte.
***
Elizabeth Barrett Browning
Tradução de Manuel Bandeira
***

Solilóquio Nº 5

Moras na minha solidão...
Se estão fechadas as janelas:
és a noite onde me recolho
e me deixo ficar...
Se escancaro as janelas:
entras e invades tudo
como o sol... ou o luar...
***
J. G. de Araújo Jorge

06/02/2010

Solilóquio Nº 1

Digo teu nome para mim baixinho,
iludindo a saudade e a solidão...
Repito-o, na aflição do meu carinho,
como quem segue triste em seu caminho...
...e se põe a cantar sem ter razão.
J. G. de Araújo Jorge

05/02/2010

Dia de Chuva


Dia de chuva,

dia cinzento,

dia de névoa,

dia de vento...

.



Vento que venta,

chuva que chove,

névoa cinzenta

que me comove...

.

Cinza tão fria

que cobre tudo:

alma de um dia

tedioso e mudo.

.



O mar de espumas,

- prata brunida -

tal como em brumas

a minha vida.

.



O céu parece

que vem a mim,

e a chuva desce

mansa, sem fim.

.



Faz bem à alma

esta tristeza

e a doce calma

da natureza.

.



Turva aquarela

à nossa vista,

como uma tela

impressionista.

.



No chão das ruas,

pelos dois lados,

há poças nuas

de olhos pisados..

.



Dançam letreiros

bêbados, frios,

qual marinheiros

sem seus navios.

.



Frios letreiros

piscam nervosos,

quais sinaleiros

de inúteis gozos.

.

Noite de chuva,

noite de vento,

noite viúva,

- pranto e lamento.

.



Vento que venta,

chuva que chove,

névoa cinzenta

que me comove.

.



Chuva morfina

que, assim, tão calma,

tão mansa e fina

chove em minha alma.


***

J. G. de Araújo Jorge

Foto: Liz Guides

O Feitiço de Áquila (117 minutos)


Na Europa do século XII, o Bispo de Áquila (John Wood) toma conhecimento de que sua amada, a bela Isabeau Dante (Michelle Pfeiffer), está apaixonada pelo Capitão Etienne Navarre (Rutger Hauer), um cavaleiro. Áquila, possuído de raiva e ciúme, lança uma maldição sobre o casal: de dia ela sempre será um falcão e de noite Navarre tomará a forma de um lobo, ficando o casal impedido de se entregar um ao outro. Eles têm como únicos aliados Phillipe Gaston (Matthew Broderick), mais conhecido como Rato, que é o único prisioneiro que escapou das muralhas de Áquila, e o frei Imperius (Leo McKern). Dirigido por Richard Donner .


Minha nota: ****


[...]Queria e entretanto, como a noite e o dia,
- quando eu chego, tu partes,
quando voltas, não posso mais te ver. . .
E vivemos os dois, eternamente, assim,
ou das horas tristonhas de algum poente,
ou das horas furtivas de um nascer...
Se o destino não quer, - que fazer?
- não nascendo,
para seguir os dois por um mesmo caminho,
- tu deves andar só,
eu devo andar sozinho;
nem podes me culpar,
nem te culpo nada.
E temos que viver avaramente assim
das migalhas de amor de cada encruzilhada...
***
J. G. de Araújo Jorge (excertos)

04/02/2010

Velho Tema I


Só a leve esperança em toda a vida

Disfarça a pena de viver, mais nada:

Nem é mais a existência, resumida,

Que uma grande esperança malograda.

.


O eterno sonho da alma desterrada,

Sonho que a traz ansiosa e embevecida,

É uma hora feliz, sempre adiada

E que não chega nunca em toda a vida.

.


Essa felicidade que supomos

Árvore milagrosa que sonhamos

Toda areada de dourados pomos,

.


Existe, sim: mas nós não a alcançamos

Porque está sempre apenas onde a pomos

E nunca a pomos onde nós estamos.


****

Vicente Augusto de Carvalho
Crédito da imagem: http://www.blogger.com/

03/02/2010

The other side of heaven /Nunca desista de seus sonhos

Um jovem missionário mórmon, nos anos 50, John Groberg (Christopher Gorham) embarca em uma longa viagem juntamente com os nativos da ilha Tongan, deixando para trás a noiva, Jean Sabin (Anne Hathaway) e sua família. Durante sua estada na ilha, escreve cartas para sua noiva, relatando suas aventuras para sobreviver em uma terra desconhecida. Ao mesmo tempo, Groberg conhece a cultura local e faz amigos nos três anos que passa longe de casa. Foram contratados vários atores polinésios com pouca experiência para integrar o elenco de apoio de O Outro Lado do Céu. O roteiro, de Mitch Davis, é baseado em livro de John H. Groberg. Título original: The Other Side of Heaven.




Para Cury, os sonhos são como uma bússola, indicando os caminhos que seguiremos e as metas que queremos alcançar. São eles que nos impulsionam, nos fortalecem e nos permitem crescer. Se os sonhos são pequenos, nossas possibilidades de sucesso também serão limitadas. Desistir dos sonhos é abrir mão da felicidade porque quem não persegue seus objetivos está condenado a fracassar 100 % das vezes.

Nota para o filme: ****
Nota para o livro: ****

Canção das mulheres

Canção das mulheres
......................................
Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.

Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.

Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.

Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.

Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.

Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.

Que o outro sinta quanto me dói a idéia da perda, e ouse ficar comigo um pouco - em lugar de voltar logo à sua vida.

Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo ''Olha que estou tendo muita paciência com você!''

Que quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.

Que se eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.

Que o outro não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.

Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa - uma mulher.

Lya Luft
Crédito da image: http://www.blogger.com

02/02/2010

Frost/Nixon ((2008,122 min)


Richard Nixon (Frank Langella), depois de permanecer em silêncio por três anos após a sua renuncia à presidência dos Estados Unidos, aceita, em 1977, dar uma entrevista a um jovem apresentador de TV, David Frost (Michael Sheen), para confrontar as perguntas sobre seu conturbado tempo na Casa Branca e sobre o escândalo do Watergate, que o levou à renúncia.

Adaptação da montagem teatral escrita por Peter Morgan, com direção de Ron Howard.

Poema da Amante


Eu te amo

Antes e depois de todos os acontecimentos,

Na profunda imensidade do vazio

E a cada lágrima dos meus pensamentos.


Eu te amo

Em todos os ventos que cantam,

Em todas as sombras que choram,

Na extensão infinita do tempo

Até a região onde os silêncios moram.


Eu te amo

Em todas as transformações da vida,

Em todos os caminhos do medo,

Na angústia da vontade perdida

E na dor que se veste em segredo.


Eu te amo

Em tudo que estás presente,

No olhar dos astros que te alcançam

Em tudo que aindas estás ausente.


Eu te amo

Desde a criação das águas,

Desde a ideia do fogo

E antes do primeiro riso e da primeira mágoa.


Eu te amo perdidamente,

Desde a grande nebulosa

Até depois que o universo cair sobre mim

Suavemente.

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Adalgisa Nery (1905/1980)
Crédito da imagem:http://imagensdecoupage.blogspot.com


01/02/2010

Volta

Voltei a todos os lugares em que estivemos juntos,
não os reconheci.
São os mesmos, os lugares,
mas eu já não sou o mesmo
quando os vejo sem ti.
.
J.G.de Araujo Jorge