31/03/2010

" Para Sempre"

" Para Sempre"



Murmuras: "Para sempre!" ao meu ombro inclinada.

Nossa separação virá, no entanto. É a sorte.

Um de nós, o primeiro, há de encontrar a morte,

e do chorão dormir sob a triste ramada.



Vinte vezes, do cais, já vira a marujada

ao molhe regressar o brigue de alto porte;

mas um dia se fez de rumo para o Norte,

e o Pólo o sepultou sob o gelo. Mais nada.



Vinte anos ao beiral, com a primavera, o bando

de andorinhas volveu, jubiloso, chilrando;

mas o verão chegou, e eu não as vejo mais.



Juras de eterno amor teus doces lábios soltam...

Mas eu penso no adeus dos que vão e não voltam...

Por que a palavra "sempre" em boca de mortais?
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François Coppée (1824-1908)
Tradução de Antonio Salles.











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