
Se uma adorada voz, que fora em vossa vida,
suavidade e som, de repente se esvai, 
e se logo um silêncio impenetrável cai, 
qual súbito mal-estar ou dor desconhecida,
- que esperança há? Que auxílio? E que música ouvida,
o silêncio destrói? Nem da amizade o ai 
– nem da razão sutil a conta; não se vai 
ao som de violino ou de flauta gemida; 
nem canções de poeta e nem de rouxinóis, 
a voz que vai subindo através dos ciprestes 
até à clara lua; e medo lhe não causa 
das esferas, o canto – ou dos anjos, nos sóis,
a voz que sobe a Deus; ó não, nenhuma destas! 
Fala só Tu, ó Cristo, e preenche esta pausa.
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Elizabeth Barrett Browning
Elizabeth Barrett Browning
(Tradução de Alexandre Herculano de Carvalho)
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