Nesta manhã nevoenta de fumaça
estou morrendo de saudades tuas;
há na minha alma convulsão de luas,
há no meu peito a angústia que amordaça.
.
Amor, estou sorvendo a amarga taça,
a taça amarga das verdades cruas;
e busco em vão no retinir das ruas,
sufocar este amor que me desgraça.
.
Inútil!... E a obsessão dos teus abraços?!
Sinto em mim ainda as mãos do teu carinho,
dedilharem as cordas dos meus braços,
.
e tua ausência, e o teu silêncio enorme,
vivem cantando para mim baixinho,
ninando esta saudade que não dorme!
.
Eny Santos Júdice (1930)
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