11/10/2009

O MEU CONDÃO


O MEU CONDÃO

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Quis Deus dar-me o condão de ser sensível

Como o diamante à luz que o alumia,

Dar-me uma alma fantástica, impossível:

- Um bailado de cor e fantasia!

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Quis Deus fazer de ti a ambrosia

Desta paixão estranha, ardente, incrível!

Erguer em mim o facho inextinguível!
Como um cinzel vincando uma agonia!

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Quis Deus fazer-me tua... para nada!

Vãos, os meus braços de crucificada,

Inúteis, esses beijos que te dei!

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Anda! Caminha! Aonde?... Mas por onde?...

Se a um gesto dos teus a sombra esconde

O caminho de estrelas que tracei...

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Florbela Espanca

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