Alma irmã de minh'alma, espelho vivo
de outro espelho fiel, que te retrata;
alma de luz serena e intemerata,
cujo influxo de amor me tem cativo!
.
Bem sinto que em mim vives e em ti vivo;
no entanto (e eis o desgosto que me mata!)
de amor a doce vaga me arrebata,
e não posso atingir teu vulto esquivo.
.
O mesmo curso tem nossos destinos,
do gozo, o mel; da dor, os desatinos,
a um nada inspiram, sem que o outro inspirem;
.
mas, triste some! Ó bela entre as mais belas!
Eles são como duas paralelas:
- próximos correm, sem jamais se unirem!
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Antonio Augusto de Lima
(1860/1934)
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