Um advogado (Danny DeVito) conta a seus clientes a história de Oliver Rose (Michael Douglas) e Barbara Rose (Katlen Turner), casados há 18 anos. Barbara quer o divórcio, mas nenhum dos dois quer ceder quanto à divisão da luxiosa mansão onde vivem. O advogado de Oliver oferece conselhos, mas já é tarde demais, e o casal envolve-se cada vez mais em um emaranhado de sentimentos de ódio e vingança. Direção de Danny DeVito.
Minha nota: ****
"Paredes"
A fotografia do casamento sobre a mesa zombava deles, daqueles dois cujas mentes não mais se entendiam.
Entre ele, uma enorme barricada,
que um tiroteio de palavras
ou a mais pesada artilharia não seriam capazes de derrubar.
Em algum momento da vida, entre o nascimento
do primeiro dente do filho mais velho
e a formatura da filha mais nova,
eles se afastaram um do outro.
Ao longo dos anos, cada um desembaraçou lentamente
aquela bola de fios emaranhados chamado "eu",
e, à medida que tentavam desatar os nós apertados,
cada um escondeu do outro o que estava procurando.
Às vezes, ela chorava à noite e, sussurrando,
implorava à escuridão que lhe dissesse quem ela era.
Ele, deitado ao seu lado como um urso hibernando,
não se dava conta do inverno que ela atravessava.
Um dia, depois de terem feito amor,
ele quis dizer a ela que tinha medo de morrer,
mas, temeroso de desnudar sua alma,
resolveu falar da beleza dos seios dela.
Ela se matriculou em um curso de arte moderna,
tentando encontrar-se nas cores pinceladas na tela,
queixando-se dos homens às outras mulheres,
dizendo que são insensíveis.
Ele subiu em um túmulo chamado "Escritório",
embrulhou sua mente em uma mortalha de números,
e enterrou-se no meio dos clientes.
Lentamente, a parede entre eles foi subindo,
cimentada pela argamassa da indiferença.
Um dia, quando ambos tentaram se tocar,
encontraram uma barreira impossível de atravessar,
e, recuando diante da frieza da pedra,
cada um afastou-se do estranho do outro lado.
Quando o amor morre, ele não morre em momentos de ira,
nem quando corpos ardentes perdem o calor.
Figa estagnado, ofegante, exausto,
expirando aos pés de uma parede que não consegue escalar.
Richard A. McCray
A fotografia do casamento sobre a mesa zombava deles, daqueles dois cujas mentes não mais se entendiam.
Entre ele, uma enorme barricada,
que um tiroteio de palavras
ou a mais pesada artilharia não seriam capazes de derrubar.
Em algum momento da vida, entre o nascimento
do primeiro dente do filho mais velho
e a formatura da filha mais nova,
eles se afastaram um do outro.
Ao longo dos anos, cada um desembaraçou lentamente
aquela bola de fios emaranhados chamado "eu",
e, à medida que tentavam desatar os nós apertados,
cada um escondeu do outro o que estava procurando.
Às vezes, ela chorava à noite e, sussurrando,
implorava à escuridão que lhe dissesse quem ela era.
Ele, deitado ao seu lado como um urso hibernando,
não se dava conta do inverno que ela atravessava.
Um dia, depois de terem feito amor,
ele quis dizer a ela que tinha medo de morrer,
mas, temeroso de desnudar sua alma,
resolveu falar da beleza dos seios dela.
Ela se matriculou em um curso de arte moderna,
tentando encontrar-se nas cores pinceladas na tela,
queixando-se dos homens às outras mulheres,
dizendo que são insensíveis.
Ele subiu em um túmulo chamado "Escritório",
embrulhou sua mente em uma mortalha de números,
e enterrou-se no meio dos clientes.
Lentamente, a parede entre eles foi subindo,
cimentada pela argamassa da indiferença.
Um dia, quando ambos tentaram se tocar,
encontraram uma barreira impossível de atravessar,
e, recuando diante da frieza da pedra,
cada um afastou-se do estranho do outro lado.
Quando o amor morre, ele não morre em momentos de ira,
nem quando corpos ardentes perdem o calor.
Figa estagnado, ofegante, exausto,
expirando aos pés de uma parede que não consegue escalar.
Richard A. McCray
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