Qual se fosse num túmulo encerrado, 
para minha saudade é que hoje vivo.
Levo as mãos à cabeça, pensativo,
e recordo o esplendor do meu passado.
Será possível que um amor tão forte
tenha subitamente se extinguido?
O amor é mais potente do que a morte,
mas não pode escapar à lei do Olvido.
Largas horas de espera... Eternidades 
que enchem de anseio as minhas soledades! 
Sonhando e só com teu amor me tens.
Esperando que voltes, considero: 
se nunca chegarás, por que te espero? 
e se te espero assim, por que não vens?
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Francisco Villaespesa (1877-1936)
Tradução de Osório Duque

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