08/10/2010

O livro mais mal-humorado da Bíblia

"Com os anos fui perdendo a paciência com pessoas que sabem muito, falam muito, mas não têm brilho nos olhos, não conseguem construir vínculos afetivos, e tudo quanto ocupa suas conversas é a objetividade da realidade, sem qualquer referência às coisas do coração.
Na dimensão da perplexidade, é mais fácil compreender do que explicar [...] A perplexidade é a dimensão em que há admiração, êxtase, alegria. Diante de um pôr do sol, de uma obra de arte ou da pessoa amada, não estamos lidando com problemas ou paradoxos. Estamos perplexos.
A linguagem do problema é a linguagem do engenheiro, do físico e do matemático. A linguagem do paradoxo é a do filósofo, do teólogo e talvez até do psicólogo. E a linguagem da perplexidade é a linguagem do poeta, do amante, do afeto; é a voz do coração, do encantamento, do deslumbramento e do queixo caído. Algumas coisas podem ser organizadas e administradas na dimensão do problema, outras na dimensão do paradoxo, mas há coisas com as quais lidamos apenas na dimensão da perplexidade."1

Ed René Kivitz investiga a mensagem deixada por Salomão em busca das respostas que a humanidade persegue desde os primórdios e com rara habilidade desvenda o nó da existência humana.







Em sua releitura de Eclesiastes, Kivitz nos mostra que é possível vencer os amargos obstáculos da vida e ultrapassar as barreiras do tédio, do utilitarismo, da morte, da injustiça, da religião, do dinheiro, da pretensão, do crime, da fatalidade, da insensatez, da luta pela sobrevivência, do tempo e da ausência de sentido. Eclesiastes retrata a vida como ela é, suas facetas mais obscuras, sem floreios e amenizações. Ed René mostra que existe um sentido para nossa existência e permanência na Terra e revela como encontrar esse sentido tomando as decisões certas, atendo-se ao que realmente importa. Ele enfoca que, mesmo com tantas adversidades, a vida vale a pena ser vivida!




1 KIVITZ, Ed René. O livro mais mal-humorado da Bíblia. A acidez da vida e a sabedoria do Eclesiastes. São Paulo:  Mundo Cristão, 2009. p. 211 e 221.

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