Já não procuro a palavra exata 
que me pudesse explicar:
que me pudesse explicar:
ando pelos contornos 
onde todos os significados 
são sutis, são mortais. 
Não busco prender o momento 
belo: quero vivê-lo sempre mais 
com a intensidade que exige a vida, 
com o desgarramento do salto
com o desgarramento do salto
e da fulguração. 
E me corto ao meio e me solto 
de mim, duplo coração: 
a que vive, a que narra, 
a que se debate e a que voa 
- na loucura que redime 
da lucidez. 
***
Lya Luft 

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