04/06/2010

Depois de tudo

Depois de tudo



Mas tudo passou tão depressa

Não consigo dormir agora.

Nunca o silêncio gritou tanto

Nas ruas da minha memória.

Como agarrar líquido o tempo

Que pelos vãos dos dedos flui?

Meu coração é hoje um pássaro

Pousado na árvore que eu fui.



Cassiano Ricardo

(1895-1974)

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