Improviso do Amor-Perfeito
Naquela nuvem, naquela,
mando-te o meu pensamento:
que Deus se ocupe do vento.
Os sonhos foram sonhados,
e o padecimento aceito.
E onde estás, Amor-Perfeito?
Imensos jardins da insônia,
de um olhar de despedida,
deram flor por toda a vida.
Ai de mim, que sobrevivo
sem o coração no peito.
E onde estás, Amor-Perfeito?
*
Cecília Meireles
(1901-1964)
Nenhum comentário:
Postar um comentário