27/07/2011

51. Limites



Abro a gaveta, e salta uma palavra:
dança sedutora sobre o meu cansaço,
veste-se de indefinições, vagueira
no labirinto das ambiguidades. 
Acha graça de mim, que espero à frente
encontrar a solução dos meus enigmas.

Tento uma geometria que a contenha
no espaço entre dois silêncios quaisquer,
mas ela decide meus passos: peso de fruta
no sono da semente, assiste à minha luta
quando a desejo aprisionar,  e às vezes até finge
que sou a senhora, a domadora, a fonte.

As palavras riem dos poetas, pois são livres:
nós, mediação incompetente.

Lya Luft

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