17/07/2011

46. Ainda infância

Nem sótão nem porão,
 na minha casa real. Nem mar:
porém as águas chegavam,
varando as negativas e os silêncios.
Não havia como não embarcar.

Jardins, morros azuis, fantasmas
nas janelas: para sobreviver podei
a árvore dos ressentimentos,
calei o vento e sua voz
de folhas.
Crescer
foi desistir de a escutar.

Lya Luft

Nenhum comentário: