Num fino traço
faço o perfil de ninguém.
Quem quer ser alguém
nesta vida sombria
parida com sangue e papel?
Mas no círculo que traço,
o nariz, os cinco dedos na ponta do braço,
donzela esguia ou boneco de engonço,
limito um novo ser: e me abraço
a mim, no poder de gerar um sinal,
que instaure no nada um todo possível.
Quem faz de nós reis, deuses, réus
da nossa eterna contradição?
No texto que faço
separo o nada do nada,
abrindo o espaço
da minha interrogação.
Lya Luft
20/07/2011
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