07/05/2011

Para não dizer adeus (1. Dizendo adeus)

Esta semana foi de emoções variadas, alegrias e tristezas, decepções. Mas valeu pelo belo presente que ganhei de uma amiga que é mais que uma irmã: um livro de poesias, e logo da Lya Luft. Deixo aqui uma concepção sobre poesia, e a seguir vou postar as belas poesias dessa sábia, madura e culta mulher, exemplo ímpar para muitas mulheres fúteis que encontramos pelo caminho, sem nada em suas cabecinhas ocas a não o desejo de "ter" e "aparentar ser" o que não são.

"... pois elas [as poesias], como o amor, são o sal da vida". Lya Luft



1. Dizendo Adeus


Estou sempre dando adeus:
também ao desencontro e ao
desencanto.



Estou sempre me despedindo
do ponto de partida que me lança de si,

do porto de chegada que nunca é
aqui.


Estou sempre dizendo adeus:

até a Deus,

para o reencontrar em outra esquina

de adeuses.


Estarei sempre de partida,

até o momento de sermos deuses

quando me fizeres dar adeus à solidão

e à sombra.
 
Lya Luft,
in: Para não dizer adeus,
Rio de Janeiro: Ed. Record, 3.ed., p. 15.


Nenhum comentário: