24/05/2011

18. Primeiro poema da cega

Sentaram-me sobre o mar neste rochedo inerte,
e ficarei aqui até que alguém me leve
(sempre para uma outra escuridão).
Respiro, escuto, sinto o mar, mas nunca
verei o embalo dessas ondas
nem a dança dos peixes e afogados.

Se não me buscam, certo que aqui durmo
respngada de espumas, golpeada de vento,
presa a este lugar impreciso e sem rosto,
sem nada perceber mais que o grito do mar
e meu próprio lamento.

Lya Luft

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