Na parede atrás da minha mesa,
ombro a ombro,
a menina e seu pai, em dois retratos,
conversam sobre o que há no escuro
da noite, como entender o mundo,
e porque as montanhas eram tão azuis.
Quando apago a luz e fecho a porta,
eles riem baixinho desta que hoje sou:
ainda tão distraída e dessassogada,
cheia de encantamento, susto e assombro.
(E devem dizer, meneando as cabeças:
Parece que ela nuinca vai mudar.)
Lya Luft
12/05/2011
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