Braços dados, nós dois, vamos sozinhos...
O teu olhar de encantamento espraias
pelas curvas e sombras dos caminhos
debruados de jasmins e samambaias.
Há queixumes de amor na alma dos ninhos
e as nuvens lembram danças de cambraias...
- na minha mão ansiosa de carinhos
tonta de amor, a tua mão, desmaias...
Andamos sobre painas... entre alfombras...
E à luz frouxa da tarde em desalento
misturam-se no chão as nossas sombras.
- Aqui... Há rosas soltas, desfolhadas...
Nada receies, meu amor - é o vento
em marcha nupcial pelas ramadas !
*
(Soneto de J. G. de Araujo Jorge - coletânea -
"Meus Sonetos de Amor " 1a edição - 1961 )
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