Ei-la toda de branco. Aos pés, o imenso véu
como em flocos de espuma, espalhado no chão...
No ar, dentro do olhar, cabe inteirinho um céu,
e leva um céu maior dentro do coração...
Nos lábios... Ah! nos lábios o sabor do mel,
e uma carícia em flor se entreabre em cada mão,
- e que tremor no braço, ao deixar no papel
o nome dela, o dele... os dois desde então...
Quem lhe falou da vida ? A vida é um sonho, a vida
é esse caminho azul, esse estranho embaraço
de sentir-se ao seu lado adorada e querida...
Aos seus pés, como nuvem branca, o imenso véu...
Quem dirá, que ao seguir apoiada ao seu braço
não pensa que caminha em direção ao céu ?...
***
(Soneto de J. G. de Araújo Jorge - coletânea -
"Meus Sonetos de Amor " 1a edição - 1961 )
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