Senhor, que inquieta e triste natureza,
que alma é esta, a alma que me deste?
Foi um capricho teu, ou foi o acaso
que assim me fez, que me formou assim?
Só hoje estou consciente do mistério
e dos perigos do meu pobre ser.
E é por isso que vivo e desespero
e desespero e vivo, e sofro tanto.
Senhor, por que tão frágil me fizeste?
Por que me abandonaste nestes mares
à mercê dos tufões e das tormentas?
Por que, Senhor, nas águas me deixaste,
lenho tão fraco pra tão rudes ondas,
barco feito tão-só para os naufrágios?
A. F. S.
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