No deserto jardim, que a bruma envolve, pelas
árvores, de onde tomba, em punhado de estrelas
o adeus das flores de ouro e das folhas errantes;
sob um leve dossel de copas verdejantes,
nós iremos, até que a tarde abra no poente,
as asas de cristal e de prata silente.
Caminharemos entre as sebes, nas estradas;
e o perfume sutil que há nas ervas pisadas,
e o silêncio, e esse amargo encanto misterioso
que deixa, no ar, o outono inquieto e doloroso,
e o que sai dos chorões, dos ninhos e das fráguas,
das canangas azuis e das tranqüilas águas,
encherão nosso olhar de sonho e de esplendor,
como um aroma antigo enche a noite de amor...
árvores, de onde tomba, em punhado de estrelas
o adeus das flores de ouro e das folhas errantes;
sob um leve dossel de copas verdejantes,
nós iremos, até que a tarde abra no poente,
as asas de cristal e de prata silente.
Caminharemos entre as sebes, nas estradas;
e o perfume sutil que há nas ervas pisadas,
e o silêncio, e esse amargo encanto misterioso
que deixa, no ar, o outono inquieto e doloroso,
e o que sai dos chorões, dos ninhos e das fráguas,
das canangas azuis e das tranqüilas águas,
encherão nosso olhar de sonho e de esplendor,
como um aroma antigo enche a noite de amor...
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Albert Victor Samain (1859 - 1900)
Tradução de Ronald de Carvalho
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