Não são sólidos, não são líquidos,
são uma estranha massa pastosa estes dias
sem a tua presença,
dias fantasmas que se deforma e escorrem
como aqueles objetos criados pela imaginação doentia
de Salvador Dali.
Dias de massa pastosa, que nas minhas mãos de angústia
parecem maiores, parecem sem fim,
e se distendem fora do tempo numa infinita espera.
Com suas horas fabrico imagens que se enfunam e acenam
- brancas cortinas de sombra
tocadas pelo vento...
Dias vazios . . . Em seus corredores de ermo e silêncio
nossos momentos de amor surgem a ressurgem
como fluidas visões mediúnicas
na inconsistência de sua matéria
tecida só de lembranças . . .
( Poema de J. G. de Araujo Jorge,
do livro"A Sós..." 1a ed. 1958 )
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