08/05/2009



"Pousa em meu coração, como pousam as aves

nos ninhos... quero ouvir os teus gorjeios suaves.

Constrói-me ao teu prazer, com raminhos dispersos,

e aquecerei teu corpo ao calor de meus versos.

Deixa-me ouvir-te à noite, em languidez convulsa,

o peito que suspira e o coração que pulsa.

Permite-me escutar, nos clarões matutinos,

a musicalidade excelsa dos teus trinos...

Um doce aroma agreste a tarde azul trescala:

é o hálito da flor que, certamente, fala...

É hora de voltar ao ninho a passarada,

o dia vai fechando a pálpebra cansada...

a brisa do repouso em doce perpassar

sussura levemente um canto de ninar...

e os ramos, como em sonho, impulsionando os ninhos,

são braços maternais a embalar os filhinhos...

Pousa em meu coração, pois queimam como brasas

as penas que deixaste ao sacudir as asas,

quando, sem rumo certo, ao céu azul subiste,

deixando-me sozinha(o), abandonada(o) e triste!"

Gióia Junior (adaptações minhas)
rédito da imag em: http://www.gettyimages.com/

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