28/02/2011
Sometimes late at night (Se o amanhã não chegar)
Sometimes late at night
I lie awake and watch her sleeping
She's lost in peaceful dreams
So I turn out the lights and lay there in the dark
And the thought crosses my mind
If I never wake up in the morning
Would she ever doubt the way I feel
About her in my heart
If tomorrow never comes
Will she know how much I loved her
Did I try in every way to show her every day
That she's my only one
And if my time on earth were through
And she must face the world without me
Is the love I gave her in the past
Gonna be enough to last
If tomorrow never comes
'Cause I've lost loved ones in my life
Who never knew how much I loved them
Now I live with the regret
That my true feelings for them never were revealed
So I made a promise to myself
To say each day how much she means to me
And avoid that circumstance
Where there's no second chance to tell her how I feel
If tomorrow never comes
Will she know how much I loved her
Did I try in every way to show her every day
That she's my only one
And if my time on earth were through
And she must face the world without me
Is the love I gave her in the past
Gonna be enough to last
If tomorrow never comes
If tomorrow never comes
Will she know how much I loved her
Did I try in every way to show her every day
That she's my only one
And if my time on earth were through
And she must face the world without me
Is the love I gave her in the past
Gonna be enough to last
If tomorrow never comes
So tell that someone that you love
Just what you're thinking of
If tomorrow never comes
26/02/2011
Passagem das horas
Passagem das horas
Trago dentro do meu coração,
Como num cofre que se não pode fechar de cheio,
Como num cofre que se não pode fechar de cheio,
Todos os lugares onde estive,
Todos os portos a que cheguei,
Todas as paisagens que vi através de janelas ou vigias,
Ou de tombadilhos, sonhando,
E tudo isso, que é tanto, é pouco para o que eu quero.
Fernando Pessoa
(in "Quando fui outro", Ed. Objetiva, 2006, pág. 101)
25/02/2011
Errante
Meu coração dos rubros vinhos
Rasga a mortalha do meu peito brando
E vai fugindo, e tonto vai andando
A perder-se nas brumas do caminho.
Meu coração, o místico profeta,
O paladino audaz da desventura,
Que sonha ser um santo e um poeta,
Vai procurar o Paço da Ventura...
Meu coração não chega lá decerto...
Não conhece o caminho nem o trilho,
Não há memória desse sítio incerto...
Eu tecerei uns sonhos irreais...
Como essa mãe que viu partir o filho,
Como esse filho que não voltou mais!
Florbela Espanca
in:
A mensageira das violetas.
21/02/2011
Jura Secreta
Jura Secreta (Fagner)
Composição: Sueli Costa / Abel Silva
Só uma coisa me entristece
O beijo de amor que não roubei
A jura secreta que não fiz
A briga de amor que eu não causei
Nada do que posso me alucina
Tanto quanto o que não fiz
Nada do que eu quero me suprime
Do que por não saber ainda não quis
Só uma palavra me devora
Aquela que meu coração não diz
Só o que me cega, o que me faz infeliz
20/02/2011
" Solidão "
Solidão
é de repente perceber
que todos viraram multidão
e em meio às lembranças, sem rosto, desfiguradas,
não conhecemos ninguém...
Solidão
é de repente compreender
que já não há mais tempo para nada,
e que temos que terminar, assim
como quem começa... do fim...
Solidão é imprevistamente estar órfão
junto dos pais,
desamparado e triste quando os amigos
riem a cantam,
e o amor, aquele amor de sonho e sol,
pesar nos braços
como um esquife . . .
Solidão
é de repente se olhar no espelho
sem se encontrar,
sem ver mais nada,
como quem se debruça a uma janela
emparedada...
J. G. de Araújo Jorge
"Os Mais Belos Poemas Que O Amor Inspirou"
Vol. III - 1a edição 1965
19/02/2011
Bond, James Bond
James Bond, também conhecido pelo código 007, é um agente secreto fictício do serviço de espionagem britânico MI-6, criado pelo escritor Ian Fleming em 1953.
Os filmes de 007 foram produzidos inicialmente por Harry Saltzman e Albert Broccoli, detentores dos direitos cinematográficos de quase toda a obra já escrita por Ian Fleming e donos da produtora EON (Everything or Nothing). Em 1975, Saltzman abandonou a franquia. Desde 1995, os filmes são produzidos pela filha de Albert, Barbara Broccoli, e seu meio-irmão, Michael G. Wilson.
James Bond já foi interpretado por seis atores na série oficial:
Sean Connery (1962–1967;1971;1983 cujo filme não faz parte da saga original)
George Lazenby (1969)
Roger Moore (1973–1985)
Timothy Dalton (1987–1989)
Pierce Brosnan (1995–2002)
Daniel Craig (2006–...)
As famosas canções-título também marcaram época,[5] como Goldfinger, Diamonds Are Forever e Moonraker, na voz da cantora britânica Shirley Bassey.
Nobody Does It Better, tema de The Spy Who Loved Me, cantada por Carly Simon e líder de todas as paradas de FM do fim dos anos 1970, ou Goldeneye, com Tina Turner (http://www.youtube.com/watch?v=bkBYVNrjjIs), ajudaram os filmes de Bond a se tornarem os mais populares filmes de aventura e espionagem em todo o mundo.
No filme de 1973, Live and Let Die, Paul McCartney interpreta uma canção tema com o mesmo título da película.
A música-tema do filme Somente Para Seus Olhos, For Your Eyes Only (http://www.youtube.com/watch?v=iVDwmLDx3dg), foi interpretada por Sheena Easton. A canção tornou-se um sucesso nas paradas e foi indicada ao Oscar e o Globo de Ouro.
Bandas famosas como Duran Duran (A View to a Kill- música indicada ao Globo de Ouro e número 1 na Billboard Hot 100) e A-ha (The Living Daylights) interpretaram músicas-temas no auge de suas carreiras.
Até mesmo Madonna teve uma canção na abertura de Die Another Day, e o grupo Garbage também colaborou com uma canção de mesmo nome do filme The World is Not Enough, em 1999.
O cantor Chris Cornell, ex-integrante das bandas Audioslave, Soundgarden e Temple of the Dog, foi o responsável pela canção-tema "You Know My Name", em Casino Royale, de 2006. Em 2008, para o filme Quantum of Solace, a cantora Alicia Keys e o cantor Jack White cantaram, juntos, a música Another Way to Die.
Filmografia
Título original Título no Brasil Título em Portugal Ano Actor principal
Dr. No O Satânico Dr. No (cinema e televisão)/007 contra o satânico Dr. No (vídeo) 007 - O Agente secreto 1962 Sean Connery
From Russia with Love Moscou contra 007 007 - Ordem para matar 1963 Sean Connery
Goldfinger 007 contra Goldfinger 007 - Contra Goldfinger 1964 Sean Connery
Thunderball 007 contra a chantagem atômica 007 - Operação Relâmpago 1965 Sean Connery
You Only Live Twice Com 007 só se vive duas vezes 007 - Só se vive duas vezes 1967 Sean Connery
On Her Majesty's Secret Service 007 a serviço secreto de Sua Majestade 007 - Ao serviço de Sua Majestade 1969 George Lazenby
Diamonds Are Forever 007 - Os diamantes são eternos 007 - Os diamantes são eternos 1971 Sean Connery
Live and Let Die Com 007 viva e deixe morrer 007 - Vive e deixa morrer 1973 Roger Moore
The Man with the Golden Gun 007 contra o homem com a pistola de ouro 007 - O Homem da Pistola Dourada 1974 Roger Moore
The Spy Who Loved Me 007 - O espião que me amava 007 - Agente Irresistível 1977 Roger Moore
Moonraker 007 contra o foguete da morte 007 - Aventura no Espaço 1979 Roger Moore
For Your Eyes Only 007 - Somente para seus olhos 007 - Missão ultra-secreta 1981 Roger Moore
Octopussy 007 contra Octopussy 007 - Operação Tentáculo 1983 Roger Moore
A View to a Kill 007 na mira dos assassinos 007 - Alvo em Movimento 1985 Roger Moore
The Living Daylights 007 marcado para a morte 007 - Risco Imediato 1987 Timothy Dalton
Licence to Kill 007 - Permissão para matar 007 - Licença para matar 1989 Timothy Dalton
GoldenEye 007 contra GoldenEye 007 - GoldenEye 1995 Pierce Brosnan
Tomorrow Never Dies 007 - O amanhã nunca morre 007 - O Amanhã Nunca Morre 1997 Pierce Brosnan
The World Is Not Enough 007 - O mundo não é o bastante 007 - O Mundo não Chega 1999 Pierce Brosnan
Die Another Day 007 - Um novo dia para morrer 007 - Morre Noutro Dia 2002 Pierce Brosnan
Casino Royale 007 - Cassino Royale 007 - Casino Royale 2006 Daniel Craig
Quantum of Solace 007 - Quantum of Solace 007 - Quantum of Solace 2008 Daniel Craig
15/02/2011
Ode ao Gato
Os animais foram
imperfeitos,
compridos de rabo, tristes
de cabeça.
Pouco a pouco se foram
compondo,
fazendo-se paisagem,
adquirindo pintas, graça vôo.
O gato,
só o gato apareceu completo
e orgulhoso:
nasceu completamente terminado,
anda sozinho e sabe o que quer.
O homem quer ser peixe e pássaro,
a serpente quisera ter asas,
o cachorro é um leão desorientado,
o engenheiro quer ser poeta,
a mosca estuda para andorinha,
o poeta trata de imitar a mosca,
mas o gato
quer ser só gato
e todo gato é gato do bigode ao rabo,
do pressentimento à ratazana viva,
da noite até os seus olhos de ouro.
Não há unidade
como ele,
não tem
a lua nem a flor
tal contextura:
é uma coisa
só como o sol ou o topázio,
e a elástica linha em seu contorno
firme e sutil é como
a linha da proa de uma nave.
Os seus olhos amarelos
deixaram uma só
ranhura
para jogar as moedas da noite .
Oh pequeno imperador sem orbe,
conquistador sem pátria,
mínimo tigre de salão, nupcial
sultão do céu
das telhas eróticas,
o vento do amor
na intempérie
reclamas
quando passas
e pousas
quatro pés delicados
no solo,
cheirando,
desconfiando
de todo o terrestre,
porque tudo
é imundo
para o imaculado pé do gato.
Oh fera independente
da casa, arrogante
vestígio da noite,
preguiçoso, ginástico
e alheio,
profundíssimo gato,
polícia secreta
dos quartos,
insígnia
de um
desaparecido veludo,
certamente não há
enigma na tua maneira,
talvez não sejas mistério,
todo o mundo sabe de ti e pertences
ao habitante menos misterioso
talvez todos acreditem,
todos se acreditem donos,
proprietários, tios
de gato, companheiros,
colegas,
discípulos ou amigos do seu gato.
Eu não.
Eu não subscrevo.
Eu não conheço o gato.
Tudo sei, a vida e o seu arquipélago,
o mar e a cidade incalculável,
a botânica
o gineceu com os seus extravios,
o pôr e o menos da matemática,
os funis vulcânicos do mundo,
a casca irreal do crocodilo,
a bondade ignorada do bombeiro,
o atavismo azul do sacerdote,
mas não posso decifrar um gato.
Minha razão resvalou na sua indiferença,
os seus olhos têm números de ouro.
Tradução: Eliane Zagury
14/02/2011
Sofrimento
Sofrimento
No oceano integra-se (bem pouco)
uma pedra de sal.
Ficou o espírito, mais livre
que o corpo.
A música, muito além,
do instrumento.
Da alavanca,
sua razão de ser: o impulso.
Ficou o selo, o remate
da obra.
A luz que sobrevive à estrela e
é sua coroa.
O maravilhoso. O imortal.
O que se perdeu foi pouco.
Mas era o que eu mais amava.
Henriqueta Lisboa
(1904-1985)
12/02/2011
Chuva
Há tanto tempo que não chove assim!
O dia veste um céu triste e cinzento,
e ouço a chuva a cair como um lamento
no seu rumor monótono... sem fim...
Que estranha sensação de isolamento!
-Nem uma voz ouço ao redor de mim,
escuto apenas lá por fora, o vento
a desfolhar as flores no jardim...
Ninguém ao meu redor... ninguém me fala...
-e me deixo a ficar num tédio imenso,
na tóxica penumbra desta sala...
Que inquietude vazia há dentro de mim!
-Não sei se existo... não sei bem se penso...
Há tanto tempo não chove assim!
J.G. de Araújo Jorge
"Bazar de Ritmos" 1a edição, 1935.
06/02/2011
A Chuva Chove…
A chuva chove mansamente… como um sono
que tranquilize, pacifique, resserene…
A chuva chove mansamente… Que abandono!
A chuva é a música de um poema de Verlaine…
E vem-me o sonho de uma véspera solene,
em certo paço, já sem data e já sem dono…
Véspera triste como a noite, que envenene
a alma, evocando coisas líricas de outono…
…Num velho paço, muito longe, em terra estranha,
com muita névoa pelos ombros da montanha…
Paço de imensos corredores espectrais,
onde murmurem, velhos órgãos, árias mortas,
enquanto o vento, estrepitando pelas portas,
revira in-fólios, cancioneiros e missais…
Cecília Meireles
02/02/2011
Ostra feliz não faz pérola...
“Ostras são moluscos, animais sem esqueleto, macias, que são as delícias dos gastrônomos. Podem ser comidas cruas, com pingos de limão, com arroz, paellas, sopas. Sem defesas – são animais mansos – seriam uma presa fácil dos predadores. Para que isso não acontecesse a sua sabedoria as ensinou a fazer casas, conchas duras, dentro das quais vivem. Pois havia num fundo de mar uma colônia de ostras, muitas ostras. Eram ostras felizes. Sabia-se que eram ostras felizes porque de dentro de suas conchas saía uma delicada melodia, música aquática, como se fosse um canto gregoriano, todas cantando a mesma música. Com uma exceção: de uma ostra solitária que fazia um solo solitário. Diferente da alegre música aquática, ela cantava um canto muito triste. As ostras felizes se riam dela e diziam: “Ela não sai da sua depressão...” Não era depressão. Era dor. Pois um grão de areia havia entrado dentro da sua carne e doía, doía, doía. E ela não tinha jeito de se livrar dele, do grão de areia. Mas era possível livrar-se da dor. O seu corpo sabia que, para se livrar da dor que o grão de areia lhe provocava, em virtude de suas aspereza, arestas e pontas, bastava envolvê-lo com uma substância lisa, brilhante e redonda. Assim, enquanto cantava seu canto triste, o seu corpo fazia o seu trabalho – por causa da dor que o grão de areia lhe causava. Um dia passou por ali um pescador com o seu barco. Lançou a sua rede e toda a colônia de ostras, inclusive a sofredora, foi pescada. O pescador se alegrou, levou-as para a sua casa e sua mulher fez uma deliciosa sopa de ostras. Deliciando-se com as ostras de repente seus dentes bateram numa objeto duro que estava dentro da ostra. Ele tomou-o em suas mãos e deu uma gargalhada de felicidade: era uma pérola, uma linda pérola. Apenas a ostra sofredora fizera uma pérola. Ele tomou a pérola e deu-a de presente para a sua esposa. Ela ficou muito feliz...”
Ostra feliz não faz pérolas. Isso vale para as ostras e vale para nós, seres humanos. As pessoas que se imaginam felizes simplesmente se dedicam a gozar a vida. E fazem bem. Mas as pessoas que sofrem, elas têm de produzir pérolas para poder viver. Assim é a vida dos artistas, dos educadores, dos profetas. Sofrimento que faz pérola não precisa ser sofrimento físico. Raramente é sofrimento físico. Na maioria das vezes são dores na alma.
Rubem Alves
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