Passagem das horas
Trago dentro do meu coração,
Como num cofre que se não pode fechar de cheio,
Como num cofre que se não pode fechar de cheio,
Todos os lugares onde estive,
Todos os portos a que cheguei,
Todas as paisagens que vi através de janelas ou vigias,
Ou de tombadilhos, sonhando,
E tudo isso, que é tanto, é pouco para o que eu quero.
Fernando Pessoa
(in "Quando fui outro", Ed. Objetiva, 2006, pág. 101)
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