26/02/2011

Passagem das horas

Passagem das horas

Trago dentro do meu coração,
Como num cofre que se não pode fechar de cheio,
Todos os lugares onde estive,
Todos os portos a que cheguei,

Todas as paisagens que vi através de janelas ou vigias,

Ou de tombadilhos, sonhando,
E tudo isso, que é tanto, é pouco para o que eu quero.



Fernando Pessoa

(in "Quando fui outro", Ed. Objetiva, 2006, pág. 101)

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