A hora da partida soa quando 
Escurece o jardim e o vento passa, 
Estala o chão e as portas batem, quando 
A noite cada nó em si deslaça. 
A hora da partida soa quando 
as árvores parecem inspiradas 
Como se tudo nelas germinasse. 
Soa quando no fundo dos espelhos 
Me é estranha e longínqua a minha face 
E de mim se desprende a minha vida. 
Sophia de Mello Breyner Andresen
poetisa portuguesa

Nenhum comentário:
Postar um comentário