O relógio viu tudo...
E no velho silêncio de veludo
E no velho silêncio de veludo
que a música rascante desse beijo
bruscamente eriçou,
tremeu, ciumento e mudo, à frente do cortejo
das horas: e parou.
Parou... E agora imóvel mas radiante,
vive marcando com saudade
o instante desse beijo, aquele instante
que ficou sendo uma serena eternidade.
Há corações que param no passado...
No seu silêncio sagrado
eles repetem agora
um silêncio de outrora...
É o silêncio que existe na furtiva,
na saudosa atitude
da boca que se entrega ou que se esquiva,
da mão que diz adeus ou que atira uma flor.
Porque há uma eternidade,
há um céu que não ilude
no momento do amor.
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Guilherme de Almeida
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16/10/1976 = 32 anos
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