Abro a janela da minha alma e espio:
- tudo é negro, é completa a escuridão...
Nesse estranho lugar, triste e vazio,
hoje habita somente a solidão.
Há teias de saudade em cada canto,
e a poeira de um amor cobre o seu chão...
São sombrias as salas, - velho encanto
há nesse feio e escuro casarão.
Uma ruína em meu peito, abandonada,
com muros desbotados... cheios de hera...
- como um túmulo à beira de uma estrada,
que nada mais desta existência espera...
O tempo, pouco a pouco, já a consome,
- outrora, por exemplo - havia um nome
de mulher, no portal, mas se apagou...
Quantos homens como eu, na alma fechada,
vão levando uma casa abandonada
de onde alguém que partiu não mais voltou!..
(Poema de J. G. de Araujo Jorge,
extraído do livro"Meu Céu Interior", 1ª edição, setembro,1934.)
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