11/11/2009

Soneto XXXI


Soneto XXXI


Longe de ti, se escuto, porventura,

Teu nome, que uma boca indiferente

Entre outros nomes de mulher murmura,

Sobe-me o pranto aos olhos, de repente...


Tal aquele, que, mísero, a tortura

Sofre de amargo exílio, e tristemente

A linguagem natal, maviosa e pura,

Ouve falada por estranha gente...


Porque teu nome é para mim o nome

De uma pátria distante e idolatrada,

Cuja saudade ardente me consome:


E ouvi-lo é ver a eterna primavera

E a eterna luz da terra abençoada,

Onde, entre flores, teu amor me espera.
.

Olavo Bilac

2 comentários:

Unknown disse...

Gosto muito do seu blog!É tão eclético e de um bom gosto ímpar...

Unknown disse...

Gosto tanto do seu blog que não deixo de dar uma passada de quando em quando! Muita delicadeza e variedade e um bom gosto invejável!